Se Deus está menos no estábulo contigo do que em um templo, há qualquer coisa errada em tua religiosidade.
O ser humano tem muitas peles em si mesmo, que lhe cobrem as profundezas do coração.
Leandro Bertoncello
Sou Leandro Bertoncello. Dedico-me ao estudo da filosofia há quase dez anos, movido pelo reconhecimento de que essa busca desvela possibilidades ocultas pelo modo de vida moderno. No trajeto que tenho percorrido até aqui, não apenas encontro acesso ao conhecimento escrito, como também vivencio uma evolução pessoal no modo como compreendo a mim mesmo e à realidade com a qual me relaciono.
Vejo essa experiência como algo que merece ser partilhado, por conter um valor intrínseco capaz de ressoar em outras pessoas que, assim como eu, sentem em si o chamado dessa busca.
Além da paixão pelo conhecimento como resposta às grandes questões existenciais, segui também o caminho acadêmico. Sou bacharel em Direito, mestre e doutor em Filosofia.
Escrevi os livros Consciência Religiosa, Secularismo e a Nova Teoria da Lei Natural (2021), Aristóteles e o Ativismo Judicial (2023) e O Uno Além do Ser: A União da Alma com Deus no Misticismo de Mestre Eckhart (2025). Traduzi e publiquei o clássico de Igino Petrone, O Direito no Mundo do Espírito (2024). Tenho ainda diversos artigos publicados em revistas acadêmicas e participações em eventos científicos e filosóficos.
Nos últimos meses, tenho me concentrado no estudo do pensamento de Mestre Eckhart, tema de meu livro mais recente. Sou membro da Eckhart Society, organização internacional voltada à preservação e difusão dos ensinamentos desse importante filósofo, teólogo e místico cristão.
Meus livros
Aristóteles e o Ativismo Judicial - 2023
Você quer descobrir o que as notícias da grande mídia não contam sobre as decisões da Suprema Corte brasileira? Você sabia que o ativismo judicial vem sendo usado como uma ferramenta para alterar os valores da sociedade? Você se questiona se ainda é possível apostar na justiça e na democracia no Brasil de hoje? Você acredita que a justiça deve ser preservada acima das ideologias e utopias? Você concorda que uma concepção clássica da democracia vinculada à justiça pode ajudar a compreender as frustrações políticas que enfrentamos? Aristóteles e o Ativismo Judicial não é apenas mais um livro, é uma pesquisa séria que utiliza como base teórica a filosofia de Aristóteles para mostrar que a noção de justiça se desvirtuou em imposição de um programa ideológico e utópico. Estas páginas que você tem em mãos propõem uma aposta na liberdade do cidadão para o exercício da democracia. Enquanto, porém, o ativismo judicial avançar sobre a competência dos órgãos representativos, a democracia ressentir-se-á com a desvalorização das deliberações populares. Fique à vontade para abrir este livro, veja os conteúdos no sumário e seja bem-vindo nesta investigação sobre os mecanismos e práticas que se escondem sob o nome de ativismo judicial.
Consciência Religiosa, Secularismo
E a Nova Teoria Da Lei Natural
A nova teoria da lei natural de John Finnis tornou-se referência indispensável nos debates de liberdade religiosa, por contrapor a crescente onda de secularismo pela qual passam os países ocidentais, que tendem a reduzir a religião ao âmbito privado e a excluí-la do debate público. Trata-se de um laicismo intolerante e antidemocrático, que ignora as relações da religião com a ética, política, ciência e cultura em geral. Para reabilitar, filosoficamente, o bem da religião numa época de preconceito e hostilidade, Finnis avança na metaética e metafísica, defendendo uma concepção abrangente e inclusiva de razão pública, que debate, abertamente, a dignidade humana o bem comum, a justiça e o fim última da comunidade política. O mérito deste trabalho de Leandro Bertoncello não é só reconstituir, com competência e precisão, o argumento de Finnis, mas também contextualizá-lo com outras teorias históricas e sociológicas da secularização, a fim de lançar novas luzes sobre este fenômeno complexo que nos concerne a todos, religiosos ou não. O autor nos oferece ainda dois estudos complementares de filosofia da religião e antropologia filosófica, que enriquecem a teoria moral e jurídica de Finnis com uma crítica à filosofia da existência de Karl Kaspers e uma reflexão sobre a pessoa humana em Jérôme Baschet. Victor Sales Pinheiro Coordenador da ColeçãoTeoria da Lei Natural
O DIREITO NO MUNDO DO ESPÍRITO
Igino Petrone é considerado o primeiro grande jurista e filósofo a se opor ao positivismo jurídico dominante de sua época, cujos teóricos identificavam o direito com o poder do mais forte. Mas foi também crítico do jusnaturalismo iluminista e revolucionário, visto como um sistema de normas baseadas em princípios definidos a priori, que se afirmava e impunha como um direito positivo.
Com seu idealismo crítico, Petrone considera a liberdade jurídica como um reflexo positivo das leis de respeito e limitação mútuos, assim como os direitos de uma pessoa são reflexos de seus deveres. Entende, ainda, que o direito pressupõe a ética, e que separá-lo desta implica negar a própria filosofia do direito.
Petrone critica a ideia de um relacionamento entre o Estado e o indivíduo baseado na subordinação política, que não constituiria uma relação jurídica genuína. Propõe, em vez disso, o conceito dialético de autolimitação do Estado, pelo qual este se coloca como atividade jurídica subsistente no ritmo da coexistência, alteridade e cossubjetividade.
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